sábado, 12 de fevereiro de 2011

Os Grandes Mestres - Parte XVIII


JEROME ROBBINS

    Considerado como um dos melhores coreógrafos de sua geração, Jerome Robbins nasceu em Nova York a 11 de outubro de 1918. Interessado pelo teatro, particularmente o de marionetes, fez um curso de arte dramática durante um ano, deixando de concluí-lo por falta de recursos financeiros.

JEROME ROBBINS

    Estudou dança clássica com Antony Tudor, não se satisfez, e resolveu aprender todas as técnicas modernas, orientais, espanhola. Interessou-se por música a ponto de aprender piano e violão. Complementou os seus conhecimentos de teatro com Elia Kazan, do Actor’s Studio.
    Entrando para o Ballet Theatre em 1940, Robbins permaneceu nessa companhia durante quatro anos sem jamais dançar os clássicos do romantismo, dando preferência aos balés da composição mais moderna. Sua primeira criação coreográfica, Francy Freel (1944), colocou-o imediatamente entre os profissionais de qualidade. Com prestígio sempre crescente, fez em 1949 a sua primeira obra para o New York City Ballet, tornando-se pouco depois diretor artístico dessa companhia ao lado de Balanchine. Ainda não havia completado quarenta anos de idade e já era considerado pelos críticos e pelo público como o melhor coreógrafo de sua época.



     O que é mais notável em Jerome Robbins é a sua capacidade inesgotável de renovação artística. Mais visual e menos abstrato que Balanchine, Robbins é antes de tudo o cântico da vitalidade. Até em suas horas mais sombrias reconhece-se de imediato um amor violento e passional pela vida. Em Age of Anxiety nos mostra a angústia do homem moderno; em The Cage, o drama erótico de intensidade vibrante; em The Guests um perfeito estudo psicológico. Em dois balés sem argumentos – Fanfarre e Pied Piper - , Robbins dá uma prova de seu espírito renovador. Em L’Après Midi d’um Faune, ele se desembaraçou da mitologia e de Mallarmé, ficando só com Debussy para mostrar dois seres complexos.
    Devem-se a ele obras tais como: Interplay, Fac Simile, Jones Beach (junto com Balanchine) Ballade, Quarteto, New York Export Opus Jazz, The Concert e Dancers at the Gathering.
Seu enorme talento chegou até a Broadway, onde coreografou inúmeros musicais. Mas o ponto culminante de sua carreira é sem dúvida a criação de West Side Story – onde usa de todos os elementos do teatro – ação dramática, música, canção, diálogo, cenário e dança – para dar vida ao Romeu e Julieta do século XX.

JEROME ROBBINS REHEARSING ON THE SET OF WEST SIDE STORY

     Tendo recentemente retornado ao New York City Ballet, Jerome Robbins criou inúmeros balés dos quais um dos mais marcantes foi Goldberg Variations.
    Um dos maiores renovadores no século XX na descoberta de situações cênicas e movimentos do corpo, Robbins parece voltar nos últimos anos à utilização de pura linguagem do balé clássico.
    De qualquer maneira é verdadeira a expressão que fala da sua maneira extraordinária de fazer com que os bailarinos em cena pareçam seres humanos.

FONTE: Achacar, Dalal. Balé: uma arte. Ediouro RJ, 1998.

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