sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Frase do Dia!

    "Deus dá o talento,
                      o trabalho transforma o talento em gênio"
                                            Anna Pavlova, legendária bailarina russa

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O que é "en dehors" e "en dedans"?

    Os movimentos rotativos da coxa e perna, seja formando as posições básicas dos pés, seja desenhando um círculo, assim como os giros no chão e no ar em torno de um eixo vertical, sobre uma ou sobre ambas as pernas, tanto em deslocamento quanto no mesmo lugar, são definidos pelos conceitos de EN DEHORS (para fora - um movimento ou giro no sentido contrário ao da perna de base) e EN DEDANS (para dentro - um movimento ou giro no sentido contrário ao da perna de base).

EN DEHORS NAS VISTAS ANTERIOR, LATERAL E POSTERIOR
    No balé, os conceitos de EN DEHORS e de EN DEDANS sustentam a definição de todos os movimentos de giro dos pés, das pernas e do corpo. Por isso, a preocupação com o EN DEHORS deve ser permanente, meticulosa e persistente, uma vez que o bailarino dependerá dessa colocação para executar os movimentos e adquirir a estabilidade necessária para que o corpo se equilibre no espaço, sem auxílio da barra, nos mais complicados passos do vocabulário acadêmico. 

     Para tanto, faz-se necessário liberar a articulação da bacia, o que só será possível por meio de um trabalho diário criteriosamente desenvolvido pelo professor. Cabe a ele, com tenacidade, competência e bom senso, conduzir o estudante a essa conquista, pois é possível - conseguir um significativo aumento do grau de EN DEHORS, por meio do fortalecimento da musculatura responsável pela rotação externa da coxa (na articulação femoral).

    O conceito de EN DEHORS muito mais do que um determinante estético, é um fundamento básico sobre o qual se construiu a técnica do balé.

    RESUMINDO: O  EN DEHORS anatomicamente falando, trata-se da rotação externa do fêmur na fossa do acetábulo, uma das possibilidades de movimento na articualção femoral, cujo grau de rotação é determinado não apenas pela estrutura óssea de cada indivíduo, mas pelos ligamentos articulares. Geralmente, a possibilidade de abertura em indivíduos normais é de 40 a 50 graus em cada uma das articulações, significando 80 a 100 graus, somando-se os dois lados.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Frases do Dia!

"As pessoas gostam de excêntricos, portanto, eles me deixarão em paz, dizendo que eu sou um palhaço louco"

Vaslav Nijinsky, bailarino ucraniano, considerado uma lenda do balé.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Quando a boca cala, o corpo fala!

Olhem só o que pode acontecer quando não falamos o que sentimos ...


"Quando a boca cala, o corpo fala. Quando a boca fala, o corpo sara."

É interessante este alerta colocado na porta de um espaço terapêutico.

Muitas vezes... O resfriado escorre quando o corpo não chora.

A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.

O estômago arde quando a raiva não consegue sair.

O diabetes invade quando a solidão dói.

O corpo engorda quando a insatisfação aperta.

A dor de cabeça deprime quando as dúvidas aumentam.

A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.

A dor no ombro sinaliza o excesso de fardos e de obrigações.

As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.

O peito aperta quando o orgulho escraviza.

A pressão sobe quando o medo aprisiona.

As neuroses paralisam quando a “criança interna” tiraniza.

A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.

O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.

E as tuas dores caladas? Como elas falam no teu corpo?

Mas, cuidado... Escolha o que falar, com quem falar, onde, quando e como!
Crianças é que contam tudo para todos, a qualquer hora, de qualquer forma.
Passar relatório é ingenuidade.

Escolha alguém que possa lhe ajudar a organizar as ideias, harmonizar as
sensações e recuperar a alegria.

Todos precisam saudavelmente de um ouvinte interessado.

Mas tudo depende, principalmente, do nosso esforço pessoal para fazer
acontecer as mudanças na nossa vida!!!

Quando a boca cala, o corpo fala. Quando a boca fala, o corpo sara.

Eis um ditado que mostra, de forma simples, a importância de verbalizar o
que sentimos e pensamos, pois o que não é expresso tende, mais cedo ou
mais tarde, a afetar nosso bem-estar e até nosso estado de alma.

Segundo o psicólogo Waldemar Magaldi Filho, professor da Faculdade de
Ciências da Saúde de São Paulo, ao entrar em contato com seu colorido
interior, dispondo-se a abrir e a contar suas experiências, sejam elas boas
ou ruins, muito do que foi vivenciado pela pessoa se ilumina.

“Narrando os fatos, percebemos que eles talvez não sejam tão negativos
quanto pensávamos, que a raiva que alguém despertou em nós diminuiu, que o
trauma que sofremos já não assusta tanto, que nossas vitórias foram mais
importantes do que pareciam”, explica o especialista. Da mesma maneira, o
que a princípio foi visto como algo trágico pode, com o passar do tempo, se
revelar uma grande oportunidade de crescimento. “Isso é o que chamamos de
re-significar, ou seja, atribuir um novo sentido às coisas”, completa. *

*
O ato de falar sobre si mesmo é a base da psicoterapia, mas não é só no
consultório que isso traz benefícios. Aliás, o simples fato de compartilhar
as próprias idéias com alguém faz um bem danado. “E, se você não tem para
quem falar, escreva”, recomenda Waldemar.*

Texto originado do Blog de minha querida e espetacular Professora Myrna Jamus.
Acesse: http://myrnajamus.blogspot.com

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Frase do Dia!

"A dança é a única arte em que nós mesmos
                  somos a MATÉRIA-PRIMA da qual ela é feita"
                                   Ted Shawn, um dos pioneiros da dança moderna americana

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Frase do Dia!

    "O balé encorpa as notas da MÚSICA
                                   e, às vezes, você quase sente como
                                                       se pudesse ver as NOTAS dançando no palco"

                                       Robert Caro, escritor e biógrafo americano

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Frase do Dia!

    "As pessoas vêm para ver beleza,
                                      eu danço para lhes dar isso"

    Judith Jamison - Diretora Artística do Alvin Ailey American Dance Theater

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Os Grandes Mestres - Parte XXI


KENNETH MACMILLAN

    Kenneth MacMillan assumiu o posto do Diretor do Royal Ballet, quando Sir Frederick Ashton se aposentou, em 1970. Era o nome mais em evidência, sobretudo por ser o primeiro grande coreógrafo a emergir da Royal Ballet School, das mãos de Dame Ninette de Valois. Nascido em Dumferline, na Escócia, em 1930, foi aluno da Royal Ballet School até 1947, quando entrou para o Sadler’s Wells Theatre Ballet.
    Um ano depois, passava para a primeira companhia, no Covent Garden, para logo depois retornar ao Sadler’s Wells, em 1952.

KENNETH MACMILLAN
 
    Foi nesse mesmo ano que fez suas primeiras coreografias Somnambulism e Laiderette. Três anos mais tarde, criou seu primeiro balé profissional Danses Concertantes com tanta argúcia e inteligência que suas inovações revelaram o extraordinário talento coreográfico que havia sido encontrado. Aos 25 anos de idade, no dia 7 de junho de 1956, Kenneth MacMillan via o Sadler’s Wells dedicar uma noite inteira às suas criações, num programa que constava de Danses Concertantes, Somnambulism e Solitaire. Foi com a criação de The Burrow, em 1958, que MacMillan encontrou em Lynn Seymour a musa de seus balés e ela se tornou para ele o que Dame Margot foi para Sir Frederick Ashton. Em 1960, The Invitation trouxe à tona todos os elementos que fizeram dele um coreógrafo – um enorme sentido de drama teatral, uma incomum resposta à música, uma torrente de invenções líricas e, sobretudo, uma extraordinária capacidade de dizer com movimentos o que não pode ser verbalizado. E o seu trabalho mais seguro, mais dramático, inspirado num filme clássico de TorreNilson, The House of the Angel.


     Logo depois, criou um balé de pura dança, Diversions, e em seguida provou sua habilidade em trabalhar com uma enorme massa de bailarinos com a criação de The Rife os Spring (1962). Seu próximo trabalho foi para o Stuttgart Ballet, Las Hermanas, e em 1963 veio outra canção sem enredo, Symphony, com música de Shostakovitch, um de seus melhores trabalhos.

VALERIE HARPER, NANCY WALKER E KENNETH MACMILLAN EM "FIVE FOR THE ROAD"

    Em janeiro de 1964, fez La Creation du Monde para a companhia itinerante do Royal Ballet e, nesse mesmo ano, quando das comemorações do 4º Centenário de Shakespeare, produziu Images of Love, uma série de danças, cada uma inspirada numa citação do grande poeta. O ano seguinte foi o ano de Romeu e Julieta e The Song of the Earth, que foi estreado em Stuttgart, com Márcia Haydée no papel principal. Em 1966, quando foi para Berlim como diretor da Deutsche Oper, criou Valses Nobles, Concerto (1966), Olympiade (1968), Anastasia – para Lynn Seymour em 1967, Caim e Abel (1968) e ainda The Sleeping Beauty e Swan Lake em 1969, que foi o presente deixado por ele antes de retornar ao Royal Ballet para assumir o posto de diretor em 1970. Seus mais recentes trabalhos são: Manon, Mayerling e La fin du Jour, no Royal Ballet e Metaboles, na Ópera de Paris.

FONTE: Achacar, Dalal. Balé: uma arte. Ediouro RJ, 1998.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Os Grandes Mestres - Parte XX


JOHN CRANKO

    Nascido na África do Sul, foi para a Inglaterra onde começou a coreografar. 

JOHN CRANKO

     Seu primeiro grande sucesso foi Pineapple Poll, seguido rapidamente pelo poético Harlequin in April. Para os Sadler’s Wells (hoje Royal Ballet) coreografou Bonne Bouche, bem como Prince of The Pagodas, e, principalmente The Lady and the Fool.
    Trabalhou com a Ópera de Paris e o Scala de Milão. Em 1955, obteve enorme sucesso em Londres com sua revista Cranks.



     A fria recepção obtida por seu balé Antigone feito para o Royal Ballet e o fracasso do musical Keep Your Hair On, fizeram-no desencantar-se com Londres e em 1961 aceitou o convite para dirigir o Ballet de Stuttgart. Juntamente com Márcia Haydée e um devotado elenco, transformou uma companhia provinciana em uma das mais queridas do mundo. Romeu e Julieta, Eugene Onegin e A Megera Domada são somente algumas das coreografias mais famosas de Cranko.

COREOGRAFIA ONEGIN DE JOHN CRANKO

     Tendo passado toda a vida com os bailarinos, fosse durante os ensaios, ou mesmo nos intervalos, Cranko conseguiu criar na companhia um espírito tão raro e forte que possibilitou que ele resistisse à sua morte. Quando criança, tinha seu próprio teatro de bonecos e tomava parte nas atividades teatrais da família. O senso de teatro caracterizou seu trabalho como coreógrafo. A sua morte prematura chocou o mundo do balé.

FONTE: Achacar, Dalal. Balé: uma arte. Ediouro RJ, 1998.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Os Grandes Mestres - Parte XIX


MAURICE BÉJART

    Nasceu em Marselha, França, em 1927. Estudou com Egorova e Volkova. Aos 26 anos, fundou a sua primeira companhia, Les Ballets Romantiques. Em 1957, fundou o Ballet Theatre de Maurice Béjart, criando as obras que o lançaram definitivamente na carreira de sucessos que se seguiu como: Symphonie pour um homme seul, Haut voltage e Orphée entre outras. A utilização de uma nova forma musical de Pierre Henry e Schaeffer, denominada então de música concreta, em muito inspirou Béjart.

MAURICE BÉJART

    Em 1959, o diretor do Theatre Royal de la Monnaie em Bruxelas, Maurice Hiusman, encomendou o Le Scre du Printemps. O sucesso provocado por tal obra fez com que Béjart dissolvesse o Corpo de Baile e criasse uma nova companhia que denominou de Ballet do Século XX, em 1960.

MAURICE BÉJART E MICHÉLE SEIGNEURET, EM 1955
     Seguiram-se obras como Bolero (Ravel), Bachanale de Tanhauser (Wagner) e Noces (Stravinsky), Nijinsky-Clown de Dieu e várias outras que conquistaram uma imensa plateia de jovens.


FONTE: Achacar, Dalal. Balé: uma arte. Ediouro RJ, 1998.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Os Grandes Mestres - Parte XVIII


JEROME ROBBINS

    Considerado como um dos melhores coreógrafos de sua geração, Jerome Robbins nasceu em Nova York a 11 de outubro de 1918. Interessado pelo teatro, particularmente o de marionetes, fez um curso de arte dramática durante um ano, deixando de concluí-lo por falta de recursos financeiros.

JEROME ROBBINS

    Estudou dança clássica com Antony Tudor, não se satisfez, e resolveu aprender todas as técnicas modernas, orientais, espanhola. Interessou-se por música a ponto de aprender piano e violão. Complementou os seus conhecimentos de teatro com Elia Kazan, do Actor’s Studio.
    Entrando para o Ballet Theatre em 1940, Robbins permaneceu nessa companhia durante quatro anos sem jamais dançar os clássicos do romantismo, dando preferência aos balés da composição mais moderna. Sua primeira criação coreográfica, Francy Freel (1944), colocou-o imediatamente entre os profissionais de qualidade. Com prestígio sempre crescente, fez em 1949 a sua primeira obra para o New York City Ballet, tornando-se pouco depois diretor artístico dessa companhia ao lado de Balanchine. Ainda não havia completado quarenta anos de idade e já era considerado pelos críticos e pelo público como o melhor coreógrafo de sua época.



     O que é mais notável em Jerome Robbins é a sua capacidade inesgotável de renovação artística. Mais visual e menos abstrato que Balanchine, Robbins é antes de tudo o cântico da vitalidade. Até em suas horas mais sombrias reconhece-se de imediato um amor violento e passional pela vida. Em Age of Anxiety nos mostra a angústia do homem moderno; em The Cage, o drama erótico de intensidade vibrante; em The Guests um perfeito estudo psicológico. Em dois balés sem argumentos – Fanfarre e Pied Piper - , Robbins dá uma prova de seu espírito renovador. Em L’Après Midi d’um Faune, ele se desembaraçou da mitologia e de Mallarmé, ficando só com Debussy para mostrar dois seres complexos.
    Devem-se a ele obras tais como: Interplay, Fac Simile, Jones Beach (junto com Balanchine) Ballade, Quarteto, New York Export Opus Jazz, The Concert e Dancers at the Gathering.
Seu enorme talento chegou até a Broadway, onde coreografou inúmeros musicais. Mas o ponto culminante de sua carreira é sem dúvida a criação de West Side Story – onde usa de todos os elementos do teatro – ação dramática, música, canção, diálogo, cenário e dança – para dar vida ao Romeu e Julieta do século XX.

JEROME ROBBINS REHEARSING ON THE SET OF WEST SIDE STORY

     Tendo recentemente retornado ao New York City Ballet, Jerome Robbins criou inúmeros balés dos quais um dos mais marcantes foi Goldberg Variations.
    Um dos maiores renovadores no século XX na descoberta de situações cênicas e movimentos do corpo, Robbins parece voltar nos últimos anos à utilização de pura linguagem do balé clássico.
    De qualquer maneira é verdadeira a expressão que fala da sua maneira extraordinária de fazer com que os bailarinos em cena pareçam seres humanos.

FONTE: Achacar, Dalal. Balé: uma arte. Ediouro RJ, 1998.