sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Os Grandes Mestres - Parte X

SERGE LIFAR

    O famoso crítico André Levinson escreveu uma vez dizendo que a Rússia tinha reembolsado a França do empréstimo de Petipa, enviando-lhe Serge Lifar. Isto é uma verdade. Nascido em Kiev, em 1905, terminou os estudos superiores, aprendendo piano e violino no Conservatório. Começou a dançar na Escola do Estado, nos primeiros tempos da Revolução, onde estudou com Nijinska. Veio para a companhia de Diaghilev em 1923, tornando-se primeiro bailarino em apenas dois anos, graças ao seu talento e ao seu esforço aliados à dedicação de seu professor Enrico Cecchetti.

SERGE LIFAR


    Realizando a sua primeira coreografia em 1929 com nova versão de Le Renard, de Stravinsky, foi contratado no ano seguinte como primeiro bailarino e coreógrafo da Ópera de Paris, tornando-se professor dois anos depois e mais tarde seu diretor. Criou na Ópera mais de 45 bailarinos, formou um grande público e uma geração de brilhantes bailarinos, reanimando a tradição francesa. Foi nesta época que Lifar realizou a maior parte de sua obra coreográfica, dançando algumas vezes os papéis principais.










    Entre seus balés destacam-se: Dramma per Música, Le Chevalier et la Demoiselle, Icare, Creatures de Prometée, Joan de Zarissa, Mirages, Nauteos, Suíte em Blanc e Phèdre. Serge Lifar escreveu 25 livros entre os quais destaca-se Le Manifeste du Choreographe, publicado em 1935, no qual ele afirma que o balé deve permanecer estreitamente ligado à sua base natural: a dança.














    A obra de Lifar é notável, e sua personalidade bastante discutida. Entretanto, ninguém pode tirá-lo do lugar de relevo entre os criadores do bailado contemporâneo. A arte do balé na França foi consideravelmente beneficiada com o seu trabalho. Ele manteve o prestígio da dança masculina e tirou a Ópera de Paris da Ietargia. Suas criações são conhecidas no Brasil por meio de filmes, da temporada do Ballet da Ópera de Paris em 1950 e da temporada de reabertura do Teatro Municipal do Rio de Janeiro em 1934, quando criou a coreografia para Jurupary, com música de Villa-Lobos. Serge Lifar dançou pela última vez em Giselle, em 5 de dezembro de 1956, na Ópera de Paris.






TAMARA TOUMANOVA E SERGE LIFAR - LAGO DOS CISNES 1939/1940

FONTE: Achacar, Dalal. Balé: uma arte. Ediouro RJ, 1998.

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