sábado, 30 de abril de 2011

O Bailarino e sua relação com a Barra!

    Grande parte da sua vida, o bailarino passa diante da barra, ou ao lado dela; é lá que ele alonga, tonifica e algumas vezes deturpa e estraga o seu instrumento de trabalho: seu corpo.


    É a barra que vai preparar fisicamente e tecnicamente um bailarino. Sem a sua execução, dificilmente, ele seria capaz de enfrentar as dificuldades técnicas encontradas hoje no balé clássico e em outras formas de dança.


     Boa parte da qualidade deste aprendizado vem desta relação: bailarino - barra.

    Costuma-se dizer que no futuro não haverá numa sala de aula de balé nem barras, nem espelhos, nem breu; apenas o bailarino com ele próprio. Quando falo de barra me refiro ao instrumento colado na parede e que o bailarino segura metade da sua vida, e não ao método de ensino nela praticado; este sim é essencial.
    A relação do bailarino com a barra vai muitas vezes decidir no futuro as suas qualidades: se ele é leve, pesado, rápido, lento, limpo, se ele salta, se gira, enfim, se ele faz bem o seu ofício.
    Essa relação classifica-se de duas maneiras: a primeira é postural e extremamente importante. Se o bailarino se apoia erradamente, se distribui mal o seu peso, todo seu esforço será pelo seu corpo mal aproveitado, podendo levá-lo a problemas posturais irreversíveis. Muitas vezes, um "acidente" acontecido durante a execução do centro ou no palco, foi na barra lentamente construído.

    A barra deve ser apenas um instrumento para se chegar ao equilíbrio, o verdadeiro terreno do bailarino, todo o aprendizado da dança depende da concepção de equilíbrio que o bailarino venha a ter. Se ele equilibrar bem os seus ossos, seus músculos estarão prontos para movimentá-los.
    A segunda maneira, é a forma como esse bailarino irá executar os exercícios necessários para a sua formação técnica. Quanto melhor empostado, mais aproveitamento muscular ele terá; quanto melhor executado for cada exercício, mais força, elasticidade, agilidade e saúde ele terá.

 
Portanto, pequenos detalhes, muitas vezes aparentemente sem importância, podem, na verdade, decidir a qualidade da dança deste bailarino.
    Os elementos que compõem uma aula de ballet (alongamento, força, agilidade e explosão) são de diversas maneiras organizados e a sequência de exercícios muda dependendo de que escola ou método esteja sendo aplicado.

Fonte: Sampaio, Flávio "Ballet Essencial" Rio de Janeiro: Sprint, 3ª Edição, 2001.

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