quinta-feira, 28 de abril de 2011

A importância de Congressos, Encontros e Festivais na Construção do Conhecimento em Dança

    Ao longo da formação do artista da dança, seja como intérprete, seja como criador, o dançarino passa horas fechado em sala de trabalho, submetendo-se a um treinamento corporal exaustivo que lhe exige muita dedicação, muito esforço e muita disciplina.
    Sem dúvida, grande parte do conhecimento é construída pela prática da dança em si, pela experimentação do movimento, pela vivência cinética, pela experiência do sensível - afinal, toda e qualquer arte se aprende pela ação, pelo fazer.
    Em dança, pode-se estudar sua história, dos primórdios da civilização manifestos em danças rituais às criações contemporâneas. Podem-se analisar as diferenças entre os estilos de uma escola e de outra, inseridas, ambas, em uma mesma técnica. Podem-se estudar, por uma vertente antropológica, as diferentes manifestações populares (sacras ou profanas), compreendendo o processo de tradição e ruptura, regra e transgressão, memória e inovação. Podem-se estudar as interfaces com outras áreas do conhecimento, como psicologia, comunicação, educação, sociologia, saúde, entre outras.

    Destaca-se que profissionais de dança aqui no Brasil estão acostumados a participar de festivais de dança, de mostras coreográficas, de concursos, mas muito pouco de eventos científicos. Geralmente apenas pessoas envolvidas com a universidade têm familiaridade com esse universo.


    Enfatiza-se então, a importância da participação dos profissionais de dança não apenas em festivais, mas em congressos, encontros, seminários e demais eventos, tanto artísticos quanto científicos.

Algumas Considerações

  • A existência de leis específicas que incluem a dança como atividade obrigatória nos currículos escolares não garante o ensino da dança nas escolas.

  • A dança é historicamente a última na lista das linguagens artísticas presentes na escola. Artes visuais, música e teatro costumam anteceder a escolha pela dança.

  • O ensino da dança continua sendo possível pela ação de pessoas apaixonadas, que acreditam na dança e que reconhecem a dança como uma área de conhecimento, logo, como um saber importante  essencial na formação do cidadão. A expressão "apaixonada" não pode ser vista no sentido pejorativo nem naif do termo, mas como dedicação, crença. A motivação impulsiona as ações de dança e pela dança - a paixão.

Fonte: Strazzacappa, Márcia e Mornadi, Carla "Entre a arte e a docência: a formação do artista da dança" - Campinas, SP: Papirus, 2006 (Capítulo 5 - A daça e a formação do artista pág. 55)

Nenhum comentário:

Postar um comentário