domingo, 30 de janeiro de 2011

Os Grandes Mestres - Parte V

VASLAV NIJINSKY

    Figura enigmática, de temperatura taciturno e introvertido, Nijinsky tornou-se um símbolo na mitologia da dança, conquistando um lugarlegendário. Nijinsky, de origem polonesa, nasceu em Kiev, na Ucrânia, em 28 de fevereiro de 1890, filho de Thomas Nijisky (bailarino famoso em sua época) e Eleonora Bareda, aluna da Escola Estadual de Ballet de Varsóvia. Com dez anos de idade foi aceito na Escola Imperial de Ballet de São Petersburgo, tendo Nicholas Legat como mestre. Foi logo considerado aluno brilhante em balé, mas preguiçoso em outros estudos. Graduou-se na Escola Imperial em 1908, dançando o papel de Don Juan, com coreografia de Michel Fokine. A crítica rapidamente notou a sua admirável leveza e sua elevação. Poucos meses mais tarde, conheceu Serge Diaghilev, de quem se tornou grande amigo. Foi o primeiro bailarino da companhia da companhia que Diaghilev apresentou em maio de 1909 em Paris, quando dançou Pavillon d’Armide, Les Sylphides, Príncipe Igor e Cleópatra, todos com coreografia de Fokine.

VASLAV NIJINSKY
    O ano de 1910 reservou-lhe novas criações adequadas a valorizar seus dons excepcionais: em Carnaval, criou um gracioso Arlequim, em Scherezade esteve soberbo e admirável. Durante a temporada de 1911, Nillsky criou dois dos melhores papéis de seu repertório em: Le Spectre de la Rose e Petrouchka, obtendo um sucesso fenomenal. Sua primeira criação coreográfica foi L’Aprés Midi d’um Faune, com música do Prelúdio de Debussy. O sentido erótico dessa obra causou grande escândalo inicial, mas se impôs por sua originalidade.

    Primeiro bailarino do grupo de Diaghilev, Nijinsky casou-se com Romola Pulsky, jovem bailarina do Corpo de Baile, enquanto a companhia se apresentava em Buenos Aires. Logo que soube do casamento, Diaghilev, que se encontrava na Europa, telegrafou-lhe demitindo-o da companhia e retirnado-lhe sua amizade e proteção. Na primavera de 1914, Nijinsky organizou sua própria companhia em Londres, tendo fracassado pela falta de prática como diretor de uma troupe, e também pela doença dos nervos que o atacou. Nijinsky piorou no internamento durante a guerra, como prisioneiro civil na Hungria, país de origem de sua esposa.
Nijinsky voltou a dançar na companhia de Diaghilev quando este viajou para os Estados Unidos. Depois da tournée, o bailarino organizou seu grupo com elementos da companhia de Diaghilev, criando um novo e último bailado, Til Eulenspiegel, que foi apresentado poucas vezes. Depois de duas novas tournées pelos Estados Unidos e uma pela América do Sul, ele voltou à Europa, fixando-se na Suíça. Acentuando-se os sintomas de sua doença mental, foi internado em um sanatório, jamais recobrando a saúde. 

    Depois de longo sofrimento, faleceu a 11 de abril de 1950. Deixou uma filha, Kyra, também bailarina.
    Nijinsky foi um grande bailarino e artista de talento comprovado não somente pela crítica como pelo imenso público que o assistiu. Possuía uma técnica extraordinária; seu ballon e sua elevação não podiam ser comparados aos de qualquer bailarino masculino de sua geração.
    Dos bailarinos de sua época, foi o que obteve maior publicidade. Seu nome e sua carreira deveram muito ao fato de ele ter Diaghilev como amigo e diretor, e Michel Fokine como coreógrafo. No momento em que a influência do gênio criativo de Fokine abandonou Nijinsky, a sua carreira declinou.

  
VASLAV NIJINSKY

 FONTE: Achacar, Dalal. Balé: uma arte. Ediouro RJ, 1998.

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