quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Os Grandes Mestres - Parte II

ISADORA DUNCAN

    Filha de pais irlandeses, Isadora Duncan nasceu em São Francisco na Califórnia, em 1878. A jovem Isadora aprendeu as relações entre a música e a dança com a mãe, professora de música. Desde cedo estudou balé, mas logo revoltou-se contra as formas convencionais, tornando-se uma autodidata. Estreou em Chicago, 1899, mas sem êxito, o que provocou sua ida para Europa com a família, para estudar. Dançou em Paris pela primeira vez em 1900, conseguindo impressionar favoravelmente. Isadora recebeu grande influência da arte grega e as túnicas esvoaçantes que usava para dançar foram imortalizadas por desenhistas, escultores e pintores.

Isadora Duncan

     Com o sucesso obtido em Paris, Isadora conseguiu contratos em Berlim, Budapeste, Florença e outras cidades europeias. Em 1904, inaugurou sua escola em Berlim com tanto êxito que dois anos mais tarde dançou, com um grupo de alunos. Apresentou-se pela primeira vez na Rússia em 1905, em São Petersburgo, quando influenciou Michel Fokine no bailado Eunice, com os bailarinos apresentando-se com pés descalços e com túnica gregas.
    Isadora Duncan voltou aos Estados Unidos em 1908, onde alcançou sucesso relativo. Apresentou, sete anos depois no Mercury Theatre de Nova York, sua troupe de bailarinos, mas ainda sem grande êxito, perdendo bastante para a Rússia, onde abriu uma escola. Voltou pouco depois aos Estados Unidos obtendo desta vez grande êxito. Segundo os críticos da época, dançava “melhor do que nunca”.

Isadora Duncan

    Numa nova tournée pela Europa, teve sérios contratempos em Berlim e em Paris. Pouco depois, abriu a Escola de Dança Duncan em Neuilly-sur-Seine. Sempre com a vida cheia de revezes, perdeu dois filhos em acidente no Rio Sena, em Paris. Isadora Duncan também teve morte trágica na tarde de 14 de setembro de 1927, em Nice, estrangulada por sua própria echarpe, ao dirigir seu automóvel.
    Os críticos consideram Isadora um fenômeno particular na dança atual. Ela pretendeu renovar a dança no que diz respeito à ideologia técnica. Ideologicamente, defendia a dança livre, despojada de trabalhos acadêmicos. Tecnicamente, recusava as cinco posições clássicas adquiridas por refinamento secular. Suprimiu as sapatilhas de ponta, renunciando à maior conquista da época romântica. Dançava descalça a com a cabeça inclinada para trás, por sentir que, desde as bacantes dos baixos-relevos gregos, em que se inspirou, até os animais, o êxito se manifestava por essa atitude. Sua influência na dança moderna foi indiscutível.

Isadora Duncan em suas vestes leves e descalça

    Isadora Duncan figura no rol dos revolucionários na história da dança. Na sua autobiografia My Life, publicada em 1928, há um registro curioso: “Je n’ai pas inventé la Danse, ele existait avant moi, mais ele dormait et je l’ai reveilée.”

FONTE: Achacar, Dalal. Balé: uma arte. Ediouro RJ, 1998.

Nenhum comentário:

Postar um comentário