SERGE DIAGHILEV
O nome de Diaghilev ocupa lugar de destaque na história da dança contemporânea pela inestimável contribuição de seu trabalho renovador e por ter apresentado o balé russo ao mundo ocidental pela primeira vez.
Serge Diaghilev |
Filho de pais nobres, Serge nasceu na província russa Novgorod a 19 e março de 1872. Dotado de rara sensibilidade, dividia o seu tempo entre múltiplas atividades artísticas. Promovendo exposições e concertos, a exemplo da primeira exposição de impressionistas franceses na Rússia (1899-1900) e as Noites de Música Contemporânea (1901), com execuções de obras de jovens compositores russos e estrangeiros como Debussy, Ravel e Dukas. Encorajado por numerosas personalidades parisienses, Diaghilev organizou com sucesso exposições de arte ora na capital francesa ora em São Petersburgo, chegando a fundar, nesta última cidade, o jornal Mir Isskousfva (O Mundo da Arte).
O balé só entrou definitivamente na vida de Serge Diaghilev no dia em que ele assistiu à famosa bailarina italiana Virgínia Zucchi dançar no Teatro Imperalde São Petersburgo. Seu primeiro trabalho no novo setor foi a supervisão da remontagem completa do balé Sylvia. No primeiro semestre de 1909, promoveu com êxito absoluto a temporada do balé russo no Teatro Chatelet de Paris, chamando a atenção pela suntuosidade do espetáculo e pela perfeição do conjunto que tinha em seu elenco bailarinos como Vaslav Nijisky, Ana Pavlova, Michel Fokine, Tamara Karsavina, Adolph Bolm, Vera Karalli, Mikhail Mordkin. Estes espetáculos marcaram o início de uma revolução da arte teatral do Ocidente, particularmente no balé.
Exibindo-se em vários teatros do Ocidente, a Companhia de Ballets Russes de Diaghilev estreou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro em 17 de outubro de 1913, com Les Syphides, Le Spectre de la Rose, Le Pavillon d’Armide e Danças Polovtsianas de Príncipe Igor.
No começo da Grande Guerra de 1914, Diaghilev permaneceu um ano em Veneza, mudando-se depois para a Suíça, onde recebeu convite de Otton Kahn, diretor do Metropolitan Opera House, para se apresentar nos Estados Unidos. Essas tournées alcançaram retumbante sucesso com reprises anuais. O Principado de Mônaco contratou a Companhia de Diaghilev em 1923 para a Ópera de Monte Carlos, com o novo nome de Ballets Russes de Monte Carlo.
Serge Diaghilev |
O último espetáculo da companhia foi realizado no Convent Garden, em Londres, em 26 de julho de 1929, apresentando no diagrama O Baile de Balanchine, O Filho Pródigo e Bodas de Aurora. Diaghilev morreu menos de um mês depois (19 de agosto de 1929) em Veneza.
O seu grandioso empreendimento não acabou com sua morte, deixando imortalizada uma época gloriosa na história da dança neste século.
O segredo dos 21 anos de permanente sucesso da Companhia de Diaghilev, num trabalho de vanguarda, teve sempre como base uma equipe de artistas excepcionais escolhidos entre os melhores da época. Entre eles sobressaem os coreógrafos Fokine, Nijinsky, Karsavina, Lopokova, Bolm, Massine, Cecchetti, Gregoriev, Idzikowsky, Markova, Dolin, de Varlois, Nikitina, Danilova, Lifar e Balanchine.
Como disse Serge Lifar: “Não podemos tentar continuar o trabalho criador de Diaghilev. Ele foi o criador de pessoas que criavam obras-primas.”
FONTE: Achacar, Dalal. Balé: uma arte. Ediouro RJ, 1998.
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